domingo, 14 de junho de 2015

Mãe que também é pai. Post “tudo junto e misturado”.

Uma mãe nasce quando descobre que está grávida (algumas até antes, como nós, tentantes ou ainda futuras tentantes), mas o pai só nasce após o nascimento, com o convívio diário. O vínculo entre pai e filho não é instantâneo.
De acordo com o Dr. Domingos Mantelli (@domingosmantelli), “é extremamente importante, que tanto o pai como a mãe falem com o bebê durante a gestação. Por mais que o bebê ainda não consiga distinguir as palavras, dependendo do tom de voz que se usa para falar com ele, este consegue perceber quando os pais estão bravos, tristes ou alegres. Essas memórias antes mesmo do bebê ter audição desenvolvida, são captadas por células que têm capacidade de armazená-las e podem determinar a qualidade do vínculo afetivo após o nascimento.”
Muitos pais ficam sem jeito de falar com a barriga, são muito endurecidos (ainda existe isso...) ou sequer estão presentes durante a gestação e depois se queixam pela ausência de vínculo com o seu filho.
Pensando sobre isso, comecei a indagar a importância do pai na criação dos filhos. Não estou aqui para defender que tudo bem, é maneiro ser criada sem um pai. Não é isso! Mas é possível sim ser criada apenas pela mãe (ou o inverso, estou usando o exemplo da minha vida, mas o oposto também é plenamente possível) e crescer sem traumas, sem vazios, sem neuras, desde que sua criação tenha sido responsável, cercada de amor e vinda de um lar harmônico.
Aliás, acho que essa é a palavra chave para o desenvolvimento emocional saudável de crianças vindas de lares desfeitos: HARMONIA.
De que vale a criança ter os pais morando juntos e vê-los constantemente envolvidos em brigas e discussões? Creio que seja ainda pior do que a separação. Mas, desde que ela cresça envolta em um ambiente repleto de harmonia, ela terá um pleno desenvolvimento emocional e será feliz. Foi assim comigo.
Meus pais se separaram quando eu tinha seis anos de idade. Eu lembro de algumas coisas desse período: da tristeza quando meu pai deixou de morar na mesma casa que eu, de sentir pena dele por tentar fazer minha mãe sentir ciúmes em vão, de refletir que apesar de sentir muito a falta dele era bom estar em casa sem vê-los discutindo, de ouvir minha mãe ligar para lembra-lo que era meu aniversário na véspera do meu nascimento, para que ele não se esquecesse, de mal conseguir dormir na véspera das visitas dele tamanha ansiedade e de chorar copiosamente porque ele havia esquecido que tinha combinado passar a tarde comigo... Praticamente doía fisicamente.
(Hoje sei que existem estudos que dizem que a área do cérebro das crianças que assimilam o abandono é a mesma da dor, por isso é tão doloroso o abandono)
Conclusão, eu tive um pai maravilhoso até a separação, depois disso, passei a ter um pai tão ausente que hoje, me considero praticamente órfã de pai vivo. Não alimento nenhum rancor ou mágoa, simplesmente ele me forçou a acostumar tanto com a ausência dele, que hoje, de fato, não me faz falta nenhuma. Ele constituiu uma nova família e fico feliz de verdade por ver que os filhos mais novos dele têm o pai presente e amoroso que eu não tive.
Tenho uma amiga que teve uma bebê linda recentemente e vive se queixando que gostaria que o pai (ex namorado dela) se importasse mais com a filha deles, fosse mais presente e proativo. Eu sempre me coloco como exemplo: tive uma figura paterna nula, mas em compensação minha mãe foi mãe e pai e hoje tenho tanto orgulho dela que não consigo nem descrever.
Sou a prova viva de que não é o fim do mundo ter um pai ausente, inclusive digo para essa minha amiga que se queixa da ausência do pai da filha dela que é até menos sofrido nunca ter tido a imagem paterna do que tê-la e perdê-la depois de um tempo, como foi comigo.
O amor do pai é importante? Sim! Claro que é! Há estudos que dizem que ele é essencial para a segurança do filho na vida adulta. Porém, é possível ser feliz e bem sucedido sem ele, embora possa não ser tão prazeroso como seria se fosse o contrário.
Inegavelmente, deve ser muito gostoso para a criança crescer tendo ambos os pais e é isso que pretendo dar para o meu futuro bebê, um lar cheio de amor e harmônico, preferencialmente, com o papai e a mamãe juntos.
Fica aqui o meu PARABÉNS para todas as mães que, assim como a minha, são pai e mãe para seus filhos. Vocês são guerreiras e merecem todo o respeito e admiração do mundo inteiro! Tenham certeza que seus filhos são sortudos e, um dia, saberão disso. E também para os pais que estão presentes nas vidas de seus filhos.

Ass: a filha de uma guerreira.

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