Pausa para digressões...
Hoje não fui trabalhar, pois tinha um prestador de serviço fazendo
uma manutenção em casa e como a minha agenda é flexível, fiquei para acompanhar
o trabalho.
Me sinto tão bem nos dias em que fico em casa e não preciso nem
pisar no escritório! Isso me fez pensar que como eu acabei de voltar de férias,
não deveria estar tão a fim de “fugir” do trabalho, concordam?
E eu sei perfeitamente porque isso acontece comigo.
Simplesmente porque eu não gosto do meu trabalho! A cada dia que passa tenho
mais certeza disto e é muito frustrante!
Acredito muito que aquilo que a gente faz com amor, faz
melhor e produz bons frutos. E afinal de contas, eu estudei cinco anos, depois
de formada passei numa prova em que muitos não conseguem aprovação para poder
exercer a profissão para depois de dez anos concluir que não me satisfaz?
Aí começo a pensar: Gostaria de encontrar algo que me
motive! Que me faça sair de casa feliz, satisfeita, disposta para mais um dia
de trabalho...
Tá bom, ok! Não está tão difícil assim, mas qual seria esse
trabalho? EU NÃO SEI! Eu não consegui encontrar (e olha que eu já refleti
bastante a respeito) o que eu gostaria de fazer! Perseguir o sonho nacional e
ter meu próprio negócio? Em que ramo? O que me agrada? Não sei! Mudar
totalmente minha carreira e partir para fazer outra coisa? O que? Cursar medicina,
que era meu sonho de infância? Terapias holísticas, aproveitando alguns cursos
que eu já fiz? Voltar ao início da minha vida profissional e ser vendedora
novamente? Honestamente, nada me brilha os olhos.
É muito frustrante não saber o que você quer da vida nesse
aspecto profissional, porque nem consigo mudar o que me incomoda, já que não
sei como. Se alguém me olhar e disser: Corra atrás dos seus sonhos! Eu
responderia, que sonho? Não tenho nenhum objetivo profissional hoje que não
seja ganhar dinheiro para poder ter meu bebê.
E aí vem uma outra incógnita. Eu sei que quero ter meu bebê.
Eu sei que gosto muito de ficar em casa. Será que eu vou me encontrar sendo mãe
e dona de casa? Se for isso, é bom por um lado, porque eu teria encontrado a “tarefa”
que me motive, mas por outro, eu terei que lidar com o meu julgamento.
Fui criada para ser profissional, provedora do lar, totalmente
independente: “Filhos vão para a escolinha e você vai trabalhar para dar o
melhor para ele!” De repente descobrir que pode ser que eu seja feliz sendo
dona de casa, como a minha avó, seria romper um paradigma estabelecido por mim,
com base na educação que tive. Na minha cabeça hoje, abandonar a profissão e
optar por ser “do lar” seria sinônimo de fracasso. Preciso trabalhar em mim essa
aceitação... Por favor, não me entendam mal, estou dizendo que deve ser tão bom
que eu estou considerando ser dona de casa, mas tenho problemas com meu autojulgamento.
Eu nunca imaginei que seria um dia dona de casa e hoje me vejo desejando
secretamente isso, sem coragem sequer de admitir para amigos próximos. Apenas
quem sabe é o marido e vocês hoje. Nem a minha mãe sabe disto, porque ela me
criou para ser uma profissional de sucesso, de destaque, quem sabe uma
promotora de justiça ou uma juíza? Eu optar por ser dona de casa nunca passou
pela cabeça dela e ela se decepcionaria, tenho certeza.
Hoje vi uma entrevista de uma mulher madura que largou a
carreira para ser bailarina. Segundo ela o marido a apoiou dizendo: “Você não
gosta da sua carreira, como você vai deixar nosso filho em casa para fazer
aquilo que não lhe dá prazer?”.
Gente, isso me tocou! É bem assim mesmo! Se eu não for
apaixonada pelo que faço, não vou querer deixar meu bebê em casa ou numa
escolinha, de jeito nenhum... Sinto que vem um dilema por aí!
Vocês gostam do que fazem? Encontraram satisfação profissional?
Vocês tentantes, pensam em como será quando tiverem seus bebês e mamães, como
lidaram com a maternidade e carreira?
A opinião de vocês é muito importante para mim. Já agradeço
antecipadamente todas as que já se manifestaram lá no snapchat.
Vocês são demais!
Beijos,
Ci