quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Meu (futuro) dilema pessoal: maternidade x carreira

Pausa para digressões...
Hoje não fui trabalhar, pois tinha um prestador de serviço fazendo uma manutenção em casa e como a minha agenda é flexível, fiquei para acompanhar o trabalho.
Me sinto tão bem nos dias em que fico em casa e não preciso nem pisar no escritório! Isso me fez pensar que como eu acabei de voltar de férias, não deveria estar tão a fim de “fugir” do trabalho, concordam?



E eu sei perfeitamente porque isso acontece comigo. Simplesmente porque eu não gosto do meu trabalho! A cada dia que passa tenho mais certeza disto e é muito frustrante!
Acredito muito que aquilo que a gente faz com amor, faz melhor e produz bons frutos. E afinal de contas, eu estudei cinco anos, depois de formada passei numa prova em que muitos não conseguem aprovação para poder exercer a profissão para depois de dez anos concluir que não me satisfaz?
Aí começo a pensar: Gostaria de encontrar algo que me motive! Que me faça sair de casa feliz, satisfeita, disposta para mais um dia de trabalho...
Tá bom, ok! Não está tão difícil assim, mas qual seria esse trabalho? EU NÃO SEI! Eu não consegui encontrar (e olha que eu já refleti bastante a respeito) o que eu gostaria de fazer! Perseguir o sonho nacional e ter meu próprio negócio? Em que ramo? O que me agrada? Não sei! Mudar totalmente minha carreira e partir para fazer outra coisa? O que? Cursar medicina, que era meu sonho de infância? Terapias holísticas, aproveitando alguns cursos que eu já fiz? Voltar ao início da minha vida profissional e ser vendedora novamente? Honestamente, nada me brilha os olhos.
É muito frustrante não saber o que você quer da vida nesse aspecto profissional, porque nem consigo mudar o que me incomoda, já que não sei como. Se alguém me olhar e disser: Corra atrás dos seus sonhos! Eu responderia, que sonho? Não tenho nenhum objetivo profissional hoje que não seja ganhar dinheiro para poder ter meu bebê.
E aí vem uma outra incógnita. Eu sei que quero ter meu bebê. Eu sei que gosto muito de ficar em casa. Será que eu vou me encontrar sendo mãe e dona de casa? Se for isso, é bom por um lado, porque eu teria encontrado a “tarefa” que me motive, mas por outro, eu terei que lidar com o meu julgamento.
Fui criada para ser profissional, provedora do lar, totalmente independente: “Filhos vão para a escolinha e você vai trabalhar para dar o melhor para ele!” De repente descobrir que pode ser que eu seja feliz sendo dona de casa, como a minha avó, seria romper um paradigma estabelecido por mim, com base na educação que tive. Na minha cabeça hoje, abandonar a profissão e optar por ser “do lar” seria sinônimo de fracasso. Preciso trabalhar em mim essa aceitação... Por favor, não me entendam mal, estou dizendo que deve ser tão bom que eu estou considerando ser dona de casa, mas tenho problemas com meu autojulgamento. Eu nunca imaginei que seria um dia dona de casa e hoje me vejo desejando secretamente isso, sem coragem sequer de admitir para amigos próximos. Apenas quem sabe é o marido e vocês hoje. Nem a minha mãe sabe disto, porque ela me criou para ser uma profissional de sucesso, de destaque, quem sabe uma promotora de justiça ou uma juíza? Eu optar por ser dona de casa nunca passou pela cabeça dela e ela se decepcionaria, tenho certeza.
Hoje vi uma entrevista de uma mulher madura que largou a carreira para ser bailarina. Segundo ela o marido a apoiou dizendo: “Você não gosta da sua carreira, como você vai deixar nosso filho em casa para fazer aquilo que não lhe dá prazer?”.
Gente, isso me tocou! É bem assim mesmo! Se eu não for apaixonada pelo que faço, não vou querer deixar meu bebê em casa ou numa escolinha, de jeito nenhum... Sinto que vem um dilema por aí!

“Todo trabalho te deixa infeliz, é por isso que somos pagos por ele” (Rules of engagement)

Vocês gostam do que fazem? Encontraram satisfação profissional? Vocês tentantes, pensam em como será quando tiverem seus bebês e mamães, como lidaram com a maternidade e carreira?
A opinião de vocês é muito importante para mim. Já agradeço antecipadamente todas as que já se manifestaram lá no snapchat.
Vocês são demais!
Beijos,
Ci

6 comentários:

  1. Bom, eu escolhi uma carreira bem agitada, que me satisfazia demais, era o meu sonho de vida. Trabalhei por dez anos, conheci meu marido, me casei e de repente os planos mudaram. Se tornou mais vantajoso para nós dois em termos de qualidade de vida nos mudarmos e eu tive que abandonar minha carreira. Sofri por dois anos este dilema. A felicidade por estar vivendo uma nova vida, e a tristeza por ser "apenas" uma dona de casa, eu mesma me menosprezava, me diminuía. Não me aceitava, não estava feliz com a minha realidade. Depois de dois anos passei a ver a importância de tudo o que fazia. Acho que nao vou ter aquele baby blues, pq já vivi boa parte dele sem ter a criança em questão. Já vivi a solidão, o isolamento. Hj estou plena, feliz, satisfeita. Cuido da casa, do meu marido, do nosso cardápio, das nossas coisas. E isso é muito importante, mais do que o que eu fazia. E quando meu filho nascer vou poder me dedicar a ele 100%, sem depender de creche, escolinha. Sem ter que me preocupar em desfraldar antes do fim da licença maternidade, pq a escolinha nao aceita criança com fralda. e outros dilemas horriveis da mulher moderna.

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    1. De acordo com o que você contou, pode ser que eu nem sinta essa "tristeza' que vc sentiu por um período, porque não amo meu trabalho e ele sempre esteve muito longe de ser sonho de vida, né?
      Entendo perfeitamente essa "não aceitação", o fato de vc ter se menosprezado por um tempo, pois só de cogitar a hipótese de ser dona de casa eu já sinto isso. Creio que teria dificuldade em me aceitar nesta nova condição. E penso muito nessa questão da maternidade! Eu quero criar meu filho, com apego, sem delegar para ninguém o meu papel de mãe e isso exigira tempo integral... Tudo isso está me fazendo refletir bastante! Obrigada pela participação, querida! Vc tem snapchat? Comentei o mesmo assunto lá e rendeu boas discussões... Beijão!

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  2. Ci, não há mal nenhum em resolver ser dona de casa... Inclusive isso é algo que passa pela minha cabeça e enfrento o mesmo dilema seu... Só com uma diferença, eu realmente amo a minha profissão =/ Queria era unir, as duas coisas. Queria trabalhar só meio período e com isso ter a liberdade de poder me dedicar aos meus filhos também.
    Mas apesar de amar a minha profissão, ultimamente tive uma "crise existencial" devido a dificuldade em exercê-la, uma vez que dependo do trabalho de outras pessoas... Então, não vou mentir que de vez em quando penso em abandonar tudo e ficar só como dona de casa... Marido inclusive já meio deixou a entender que se eu quisesse fazer isso, ele entenderia totalmente (ele ver meu estresse...). Só que, assim como você, seria algo que eu precisaria amadurecer, pois nunca me imaginei somente como dona de casa...

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    1. Oi, Mom!!!
      Dá um alívio saber que outras pessoas entendem perfeitamente o que eu sinto!
      Pois então estamos no mesmo barco (quase, pq vc gosta do que faz)...
      Vamos trabalhar melhor isso em nós para, se optarmos por ficar em casa, ficarmos em paz!
      Obrigada por dividir sua história!
      Beijo

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  3. Oi Pri! Amei seu blog!
    Estava super feliz no trabalho quando o escritório fechou. Eu voltava dele, olhando as escolinhas do caminho e pensando onde meu bebê ficaria. No último dia, chorando disse a Deus: se me perguntasse o que eu queria hoje novo trabalho ou filho te diria filho. Comecei a buscar trabalho e quando encontrei descobri a gravidez. Não fui contratada. Fiquei em casa, antes quando estava desempregada era horrível, mas grávida foi tranquilo. Quando Pedro completou 4 meses percebi que não estava preparada para voltar. Atualmente tenho vontade de fazer algo e como você, nada faz meus olhos brilharem. A rotina de antes não quero. Deixar Pedro o dia todo em escola integral não me deixa bem. Meio período seria ideal, mas onde encontrar? Depois de quase 3 anos alguém me contrataria?
    Comecei o insta devido a solidão. Pedi exoneração de um concurso público de meio período que seria perfeito (se não fosse em Mato Grosso) e eu estar em São Paulo. Dona de casa para sempre (nesse estilo atual) não quero. Meu sonho era ser como minha mãe: trabalha com meu pai e teve tempo pra nós. Investir no insta e num blog talvez seria ótima, mas essas coisas demoram a dar retorno. A pior parte pra mim é depender do marido. Sempre tive o meu salário. Isso realmente não me agrada. Aff acho que preciso de terapia kkkkk

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    1. Querida, acredita que só hoje vi seu comentário??? Me desculpe, ainda me perco aqui com o blog e andei sumida... Em primeiro lugar, obrigada! Fico feliz que tenha gostado! :-)
      Em segundo lugar, eu te entendo perfeitamente!!! Nem estou na mesma situação e já tô me torturando com essa dúvida, imagino vc! Totalmente compreensível o que sente e compartilho do mesmo sentimento. Ou nos ajudamos ou contratamos uma terapia coletiva hahahahhahaha
      Aproveitando a deixa, FELIZ ANO NOVOOOOOO!!!!
      Beijo grande, te encontro em 2016 com vários dilemas solucionados, se Deus quiser!!!
      Beijo grande

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